🍲 Tilápia na Panela de Barro do Juca – Cachoeiro de Itapemirim/ES

Receita original do Juca, pescador do sul do Espírito Santo, homem de fala calma, olhar firme e mãos que conhecem os segredos do rio.

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O Pescatotal só ajeitou uma coisinha ou outra na escrita, mas o prato, o cheiro e a lembrança são todos dele.

🐟 Um Peixe, Uma História

“Quando eu cozinho, eu lembro da minha mãe. Ela fazia tilápia assim, na panela de barro, com cheiro verde de verdade e um punhado de silêncio na cozinha.

A gente não precisava falar nada, o cheiro já dizia que tava tudo certo. E hoje, quando trago o peixe do rio e boto ele no fogo, eu sinto que ela ainda tá aqui. É mais do que comida, é memória.” — Juca

Essa receita é daquelas que não tem pressa. É pra quem gosta de cuidar, de mexer o caldo devagar, de deixar a casa cheirando a lembrança boa.

O Juca não é gourmet, mas entende de peixe como poucos. E se você também é pescador, vai sentir no coração cada etapa dessa receita.

📋 Ingredientes

1 tilápia inteira (limpa e escamada)

• 1 cebola grande cortada em meia-lua
• 2 tomates maduros picados
• 3 dentes de alho amassados
• 1 pimentão vermelho em tiras
• Sal, limão e pimenta-do-reino a gosto
• Cheiro-verde (coentro ou salsinha)
• Azeite (ou um fio de óleo de urucum, se tiver)
• 1 xícara de água morna

🍳 Modo de Preparo

1. Tempere a tilápia com limão, alho, sal e pimenta. Deixe no descanso por uns 20 a 30 minutos.
2. Em uma panela de barro (ou de ferro), aqueça o azeite e refogue a cebola e o alho.
3. Junte os tomates, o pimentão e o cheiro-verde picado. Refogue até soltar o cheiro bom.
4. Adicione a tilápia com cuidado e coloque a água morna. Tampe.
5. Cozinhe em fogo bem baixo por uns 25 minutos. Não mexa com colher, só balance a panela com as mãos — é truque antigo que não deixa o peixe quebrar.
6. Quando o molho encorpar, desligue o fogo e sirva com arroz branco e farinha.

🫶 A Receita de Quem Vive o Que Cozinha

Essa não é só uma receita de peixe. É um gesto. É um ritual de quem acorda cedo, joga a tarrafa no rio e traz o alimento com as próprias mãos. É comida com alma, feita por quem respeita o tempo, a natureza e a própria história.